I - Da saudade que não é a mesma
Amor meu,
Ao contrário do que eu disse ontem, longe de você a saudade é diferente.
E ela dói assim, no cantinho direito das costas. E chego até a pensar que é qualquer infecção boba.
Engano meu. É saudade sim.
Muito mais severa do que aquela que aparece quando estamos perto.
Porque quando estamos lado a lado, a saudade que vem é saudade de almas que certamente estiveram juntas algum dia.
Que foram uma só. Separadas neste ciclo de vida em dois corpos distintos.
Já essa de longe é saudade sem fim.
Saudade de um tempo bom que passou e de todo o tempo bom que ainda virá.
Estive pensando em nós dois durante todo esse "tempo".
No início do nosso amor (se é que ele teve início, porque acredito que ele simplesmente existiu desde sempre) não importava o dia da semana, a hora do dia, o dinheiro na conta. Era sempre um prazer.
Não era quase, era inteiro.
Não era qualquer. Era tudo.
Não era abraço, era eterno.
Não era de novo. Era sempre diferente.
E cheguei a conclusão que ainda é diferente.
E por isso tão especial.
Amo-te. Sempre. Muito. Assim.
P.S - Esse tempo longe de você a saudade andou me matando. Mas até o próximo fim de semana estarei bem de novo.
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